Em um encontro marcado pela troca de conhecimento e fortalecimento de parcerias estratégicas, o Polo Digital de Manaus (APDM) e o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) reuniram na tarde desta quinta-feira (19), representantes do ecossistema de tecnologia e inovação de Manaus para apresentar o Portfólio de Projetos e Oportunidades em Bionegócios, desenvolvido no âmbito do programa CBA Open.
Realizado no auditório do CBA, o evento contou com a presença do secretário da Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, que destacou a necessidade das empresas incentivadas da Zona Franca de Manaus aportarem recursos nos projetos desenvolvidos pelo CBA, a partir dos benefícios assegurados na Portaria Conjunta MDIC/Suframa nº 11, de 27 de dezembro de 2023, potencializando o uso de incentivos fiscais em prol da bioeconomia sustentável.
“É uma alegria muito grande poder receber representantes das empresas incentivadas do Polo Industrial de Manaus, que têm obrigação de investimentos em pesquisa e desenvolvimento na região, para sensibilizá-las da importância dessa parceria com o CBA. O CBA é um patrimônio do Estado do Amazonas, é um patrimônio da Amazônia. A gente sabe de todo o potencial da bioeconomia e é muito importante que o ecossistema local de inovação possa aportar apoio através de recursos de pesquisa e desenvolvimento para que o CBA possa transformar essa biodiversidade fantástica da Amazônia em produtos e negócios em benefício de toda a comunidade”, afirmou ele.
A apresentação do portfólio evidenciou como o CBA tem atuado para integrar a biodiversidade amazônica a cadeias produtivas sustentáveis, alinhando-se ao Plano de Transformação Ecológica da Nova Política Industrial do Brasil. Entre as ações divulgadas, destacaram-se os projetos voltados para o desenvolvimento de biofármacos, biocosméticos e biofertilizantes, além de iniciativas para a valorização dos saberes tradicionais e da pesquisa aplicada em biotecnologia.
O diretor-geral do CBA, Marcio Miranda, salientou também o trabalho de sinergia que o Centro vem promovendo com o ecossistema de CT&I, sobretudo com as empresas incentivadas do PIM com o objetivo de cumprir o seu papel de indutor da bioeconomia, transformando projetos em iniciativas inovadoras para a indústria.
“Esse projeto é a base de uma relação mais ampla do Centro de Bionegócios da Amazônia com as empresas do Polo Industrial de Manaus e outras empresas da região também. Isso marca a virada de um Centro de Biotecnologia para um Centro de Bionegócios. Faz toda a diferença, ou seja, o nosso papel agora, além de continuar fazendo algumas pesquisas biotecnológicas por demanda, nós passamos agora a impulsionar um ambiente de inovação em Manaus, no Amazonas e na região”, destacou Marcio Miranda, diretor-geral do CBA.
Para Vânia Thaumaturgo, presidente do Polo Digital de Manaus, o evento representou um marco na convergência entre inovação tecnológica e sustentabilidade. “Nós sabemos que a bioeconomia é um vetor extremamente importante para o desenvolvimento regional, para que nós possamos ter novos momentos aqui na nossa região, um desenvolvimento socioeconômico para a nossa população. E a bioeconomia e a biotecnologia, elas são com certeza um vetor importantíssimo para que isso aconteça. E hoje aqui no CBA nós esperamos observar e registrar que todos os projetos e os planos que o CBA tem são para o desenvolvimento da bioeconomia e da biotecnologia na nossa região.”, afirmou.
O presidente da Eletros, José Jorge Nascimento Júnior, disse que o novo modelo de gestão do CBA e as novas regras contantes na Portaria Conjunta MDIC/Suframa nº 11 possibilitam um caminho seguro de investimentos para as empresas.
“Durante muito tempo, o CBA foi de forma até injusta, apontado como um grande elefante branco, mas na verdade o que acontecia aqui eram amarras burocráticas que impediam que ele recebesse investimento e pudesse, com esse investimento, gerir conhecimento que voltasse para a indústria, que é o financiador dele. Eu acho que tudo que aconteceu desde o ponto dele ser uma nova entidade e agora com todas essas reformulações da portaria 11 que reúne regras que facilitam o investimento no CBA por parte da iniciativa privada, e mais a forma como o CBA está se estruturando, não tem porquê não fazer o investimento aqui, só que o empresário precisa saber, ele não está sabendo ainda, pois tem muita gente que olha o CBA como o CBA de 2004 e não como o de 2024”, pontuou José Jorge Nascimento.
O evento também promoveu um espaço de networking entre startups, empresários, pesquisadores e gestores públicos, reforçando a importância do CBA como um hub de inovação dedicado à bioeconomia da Amazônia.
Texto: Tereza Teófilo
Fotos: Robervaldo Rocha
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