Um grupo formado por 61 alunos da Turma 2024 do Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco (IRBr), dentre eles 53 estudantes brasileiros e oito estrangeiros provenientes do Equador, Peru, Moçambique, Angola, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Porto Príncipe visitaram na manhã desta quinta-feira (02/05) as dependências do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA).
A iniciativa faz parte do Programa Zona Franca de Portas Abertas, idealizado pela Suframa para oferecer visitas guiadas à fábricas do Polo Industrial de Manaus e institutos integrantes do ecossistema de inovação da Amazônia.
Durante a visita ao CBA, os futuros diplomatas tiveram a oportunidade de conhecer de perto as atividades desenvolvidas no Centro de Bionegócios da Amazônia. No local, assistiram a uma palestra sobre o histórico e os principais objetivos do instituto, bem como exploraram os laboratórios onde estão sendo desenvolvidas pesquisas de biotecnologia a partir de matérias-primas oriundas da biodiversidade amazônica.
Após a apresentação liderada pelo diretor de Operações do CBA, Caio Perecin, os estudantes fizeram perguntas sobre cooperação internacional, utilização e compartilhamento de royalties dos saberes ancestrais dos povos originários, plano de divulgação da pesquisa na Amazônia, biopirataria e patenteamento das pesquisas. “Sobre o patenteamento das pesquisas, é um dos cuidados prioritários que temos e até pretendemos promover um curso para os pesquisadores da região sobre o processo de patentes”, respondeu Perecin.
No auditório do CBA, os alunos também acompanharam uma palestra ministrada pelo coordenador-geral de Comércio Exterior Assuntos Internacionais da Suframa, Arthur Lisboa, que contextualizou o histórico da Zona Franca de Manaus (ZFM) e o papel da Autarquia na gestão dos incentivos fiscais e as iniciativas da promoção do desenvolvimento sustentável nos Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia.
Lisboa também abordou a participação da Suframa no assessoramento técnico durante o contencioso envolvendo a denúncia na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2014 pela União Europeia, relacionada à política de incentivos fiscais na indústria brasileira. “Os dados comprobatórios sobre a relação entre a existência da ZFM e a preservação ambiental da Amazônia foram cruciais para que as queixas referentes à ZFM fossem retiradas do processo”, destacou.
De tarde, a programação foi na sede da Moto Honda da Amazônia, que emprega 8,6 mil funcionários diretos e é a fábrica da multinacional mais verticalizada do mundo. No local, os estudantes conheceram os processos produtivos que levam uma motocicleta a ser fabricada a cada 19 segundos.
A chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores na Região Norte, ministra Maria Deize Camilo Jorge, explicou que a visita a locais como o CBA e a Moto Honda, bem como a palestra sobre a ZFM, representa uma oportunidade ímpar para os futuros diplomatas de compreender a complexidade da região Amazônica e seu potencial para o desenvolvimento tecnológico e econômico.
“Ao conhecerem in loco esse modelo de desenvolvimento regional, o seu potencial tecnológico e suas oportunidades de negócios, os novos diplomatas poderão vir a ser importantes aliados em futuras negociações que envolvam os interesses da ZFM”, frisou a ministra.